Do período pré-histórico, pouco se sabe sobre a situação da mulher, embora predomine a teoria de que ela não era subalterna ao homem. Ao contrário, era a companheira forte que, naquela vida nômade dos primeiros grupos humanos de coletores, caçadores e pescadores, carregava os filhos pequenos, os fardos pesados e junto com o homem, defendia a prole contra o ataque inimigo.
Com o advento da agricultura veio o interesse dos homens pela prole e o respeito à maternidade. Com a fixação à terra os filhos passaram a ser importantes para o seu cultivo e as mulheres valorizadas porque lhe davam a vida.
Nessa fase a mulher era engrandecida e respeitada, era quem semeava, governava a família e, muitas vezes a tribo. Aos homens, cabia o trabalho da caça, pesca, da terra e da guerra.
O casamento (quando havia) não era causa de escravidão, nem para o homem, nem para a mulher.
Foi na Era do Bronze que a mulher começou a ser desvalorizada, a invenção da ferramenta usada principalmente para vencer os inimigos fez com que as divisões de tarefas passassem serem arbitrárias e as tarefas domésticas exclusivamente femininas.
Início do regime patriarcal, no qual a mulher passou a ser tratada como parte dos bens do homem, que como senhor absoluto podia ter várias mulheres e numerosa prole.
Na Idade Antiga, os homens continuaram senhores de todo o poder, embora algumas civilizações não permitissem a poligamia, os homens continuavam a ter várias mulheres.
A cultura helênica foi talvez a pior de todas, pois desprezava a mulher que era governada pelo pai, pelo tutor, e em falta destes, por funcionários do Estado. As poucas mulheres que se rebelaram contra essa escravidão foram algumas cortesãs.
Em Roma a mulher tinha mais dignidade que na Grécia, mas legalmente era escrava do marido e da família.
Mesmo com o Cristianismo, período em que exaltava a igualdade como filhos de Deus, a situação da mulher permaneceu como a dos escravos, terrivelmente injusta e anticristã.
Na Idade Média, a submissão da mulher continuou e a mulher era negociada, casada ou repudiada sem ser consultada. Vivia enclausurada nos castelos, quando não encontrava casamento era mandada para o convento mesmo contra a sua vontade.
Apenas algumas mulheres abastadas, aproveitaram a vida de retiro para se dedicarem às letras, à música e aos estudos.
Século XVI, sob a influência da Igreja Católica, o casamento foi considerado sagrado e o divórcio proibido.Só conseguia a sua independência quando ficavam viúvas.
Ainda na Idade Moderna a mulher continuou afastada de qualquer participação política e das transformações do mundo.
O rigor e o desamor com que se organizava a família burguesa, levava o homem a procurar o prazer fora de casa.
Na Idade Contemporânea, nem mesmo com a Revolução Francesa, cujo lema era: “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”, mudou a sorte feminina. O código napoleônico consolidou a incapacidade e a submissão da mulher.
Algumas mulheres, entre elas numerosas cortesãs, conseguiram sobressair por sua personalidade, cultura e talento superando os problemas de sexo e os preconceitos sociais.
Com a Industrialização, que arruinou a propriedade fundiária, as mulheres foram chamadas a trabalhar nas fábricas, fora de casa. A princípio os patrões as procuram por serem submissas, e falta de tradição na luta por melhores salários.
Com o fortalecimento do capitalismo, a divisão da sociedade tornou-se bastante clara. Nesse momento tornaram-se imprescindíveis como mão-de-obra barata e eficiente são absorvidas assim como as crianças, sempre consideradas incapazes para competir com os homens, em igualdade de condições.
A prostituição aumentou tanto quanto a miséria e a impossibilidade de preparo profissional, que lhes garantisse promoção.
No início do séc.XX começou, praticamente, a luta pela libertação feminina e pela conquista de seus direitos, inclusive o de votar. Surgiram associações operárias, movimentos feministas e movimentos intelectuais pró-emancipação da mulher.
Apesar de ainda ter muitas mulheres da classe média e da burguesia continuarem cada vez mais, requintando seus hábitos de ociosidade e de luxo ao lado de um homem machista, ou às vezes por questão de comodismo. Por outro lado o contingente de mulheres que já não aceitam mais essa mística de passividade feminina aumentou, seja por necessidade econômica ou não, vem desmentindo aquelas teorias velhas e antiquadas através de um trabalho concreto e de uma participação inteligente.
Infelizmente há ainda aquelas mulheres despreparadas, desmotivadas para o trabalho e economicamente inativas ficam totalmente dependentes dos homens, correndo inclusive riscos de vida, pois se sentem indefesas e incapazes de lutar por seu lugar ao sol.
Infelizmente a prostituição ainda é para algumas mulheres uma perspectiva de vida, a solução mais imediata.
O avanço das conquistas da mulher na sociedade foram muitas, porém ainda essa libertação esbarram em questões morais, sociais, religiosas, econômicas e culturais.
Como ser biológico cabe a ela questionar e tentar transcender à função de receptáculo do homem e de matriz da humanidade.
Como ser social, e de seu dever questionar as regras impostas e começar a participar, vivenciando e elaborando novas regras.
Como ser humano, o direito de evoluir de se tornar pessoa, de se realizar e de se transcender.